domingo, 15 de novembro de 2009

Pedras ato III – pedra prazer
























mergulhou lasciva
em seu querer mais obscuro
o paradoxo de olhos fechados
vagou por mãos impunes
e armas eróticas

silenciosa mordia-se
na ânsia por dor
entregava-se a todos
com alma e peitos gastos

no seio esquerdo
alimentava o amante
e no direito um infante

com a ilusão certa
luzes do fundo do poço
olhos rasos e insatisfeitos
mais que masturbação
dos outros
menos que expiação de si

embutida de noites insones
ainda desejava
aquele que a desonrou
e coexistia com seu caçador
em seus orgasmos mais violentos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009



























a solidão não me aflige mais
esse estágio passageiro
de quando não me basto
vasto à sangria das horas fúteis
entregue à loucura do tempo

vivi o aconchego do estrangeiro
que se entrega ao banho amoroso
de um estar novo e febril
desenhei seus olhos famintos
e deleitei-me em elogios ao profano

mas ao me perceber só diante de mim
desisti da utopia do querer
não há dor maior que o amor
que nasce, goza e morre só
nuvem torpe que cega e chove

a vida me aflige mais
tormento constante de ser
mais um derrotado e ignorante
que crê firme na vitória com luta
e devota-se à paixão insana.