tocou-me com suas palavras
e seu hálito nefasto
incitou-me tormentas adormecidas
e as horas se esqueceram
do tempo e viraram prurido
apesar de tantas mortes por fumo
apesar de tantas dores sem prumo
perpetuamos essa saga mórbida
um velando o outro
o verbo permanece ferindo
meu silêncio quase falo de ruínas
quase sufoco ao ponderar no escuro
desde então vivo na fraqueza
desde então sou a miséria
espelhos queimando
um na fogueira do outro
pobres almas espelhadas
*agradecimento especial a Fransérgio Araújo, por ceder sua imagem e me apresentar Isidore Ducasse
2 comentários:
A dor de ser um
no outro...
Grande abraço!
Muito bom, Larissa. E justifica plenamente o título da série: o tema, o clima, a ótica... tudo a ver com o grande Lautréamont.
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