
estou farta de antropofagias
e de engolir o que não posso
digerir
são tantas nervuras e ditaduras
que mesmo que me engolisse
mil vezes não alcançaria
o centro do prato
estou farta de antropofagias
que me fazem comer pele
a carne e os olhos
e me fazem esquecer das vísceras
da bile
do coração
e dos intestinos
quero a pirofagia
deglutir o que queima
dilacera e dói no centro
e não deixa os olhos impunes
quero a queima do passado
não por esquecimento
mas por força do presente
que é o que tenho nas mãos.
2 comentários:
Olá, Larissa!
Venho agradecer-lhe o comentário em meu blog! Sua presença é sempre bem vinda!
Vejo que seu blog é altamente interessante. Vou recomendá-lo.
Parabéns!
Quanto do agora independe do ontem,poetisa???Que resposta nos daria essa ancestral brisa?
Bjosss....Tua poesia é dilacerante.Acho que mesmo na antropofagia,ou principalmente,temos que ser seletivos
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