
teu verbo
rasgou-me em trapos
destruiu sonhos
tocou-me o sexo
e roubou minha fala
teu verbo
tomou-me à força
como quem fere
e invade
sem preocupação
teu verbo
penetrou-me seco
qual falo
que corrompe
sem cuidado
por fim,
sem mais nada a dizer
deixou-me vazia
no chão.
3 comentários:
Forte, verbalizado, doído e tão lindo!!
"Teu verbo" deu uma ideia vasta, sente?
É isso que amo. Esta dubiedade.
Tudo posso interpretar 'teu verbo'.
1. O que falas.
2. O que fazes.
3. Todos os verbos da grámatica.
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E não somente... este poema é grandioso, sublime.
O desfecho também é dúbio, como "teu verbo".
Apesar da sensualidade, há uma poesia casta... que deseja ser mais do que a própria sensualidade.
Que deseja ser tudo.
Costumo ler seus poemas, mas muitos não gostam das minhas "interpretações"...
...e é quando me calo.
Porém, tens meu apreço.
Um abraço,
Osvaldo Fernandes.
obrigada, amores!
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