quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

dorme,





















e quando acorda nada diz
enquanto ela veste o manto negro
e sai

desce as escadas
sem olhar pra trás
tomada de algo novo
quase nocivo

rememora o caminho
de volta e ignora
a Constante Ramos
com a Barata Ribeiro

esquece suas unhas carmim
que defloraram o úbere
e as horas insones
sobre o dorso dele

dorme,
que foi só um sonho bom
e ela só levou sua pele
sob as unhas
e deixou gozo sobre seus ais

a mulher adormece deusa
e acorda puta
cata suas sombras
disformes, inodoras
e some

dorme,
e quando acordar nada diz
enquanto ele se cala sob o negro
e vai.

5 comentários:

Celso Mendes disse...

esse olhar sobre um cotidiano particular é fascinante. olhar de quem tem sensibilidade e vivência literária. e leva a poesia encravada sob as unhas. muito belo.

beijo.

ermachy disse...

ME SIGA QUE EU TE SIGO,,,
UMA MANEIRA DE NOSSOS BLOGS SE EXPALHAREM MAIS FACILMENTE...DIVULQUE ESSA IDEIA..OBRIGADO

Larissa Marques - LM@rq disse...

Celso,
quanto me sinto extasiada com essas suas palavras, beijo!

Sonia Parmigiano disse...

Maravilhoso!!

Voce tem o dom divino das palavras que nos encantam a alma!!!

Um beijo,

Reggina Moon

William Garibaldi disse...

Que belo, mas precisamos tanto de retornos!

Bjus!